sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SONHOS

E mais uma rotina se iniciava naquele fim de mundo.o natalse aproximava mas naquela casa não havia nenhum indício natalino ,muito menos nada que remetesse à felicidade.Todo dia sempre a mesma rotina,sempre daquele jeito ,pouco diálogo entre os quatro moradores daquela casa mas muit ocultísmo e repressão,a casa fedia a coronelismo.Lembro que me acordei por volta das quatorze horas,passando pelo corredor vi a cortina semi aberta,deu para ver o rosto do abultre babando,momento raro uma vez que nunca gostava de olhar diretamente no seu rosto.Fui até o quintal e enchi um copo de plástico com a água barrenta da lavanderia,me dava uma vontade de chorar,sei lá,de gritar mesmo,fiquei olhando o sítio que ficava nos fundos da casa,o céu ...eu adorava e não importava a cor:Cinza ,azul,branco ou rosa xoque tanto faz,destraido ,uma mão segurou o meu ombro...larguei o copo no chão e me virei na maior rapidez desse mundo,ainda bem que era minha irmã,ela então aproveitou aqueles poucos instantes de privacidade até o abultr acordar,para desabafar suas angústias.Nada por alí pareçia fazer muito sentido ultimamente,sabiamos que para mudar aquele quadro,era preciso um bom punhado de coragem e sangue no olho,alguma coisa me dizia que o circo finalmente ia se fechar...AÍ TIVEMOS AQUELA RÁPIDA CONVERSA LOGO ENTERROMPIDA,o abultre tinha acordado,passou por nós ordenando que acordasse a garotinha só porque era a hora de ambos irem colher milho para a janta,eu ficava calado,só observando,claro que na cabeça vinha um monte de idéias de iniciar uma revolução etc.Minha irmã se retirou e eu fiquei por alí,ele se agachou espalitando os dentes fingindo não me ver,eu encarei bem no seu rosto,aquela era uma nova atitude,esperei que ele percebesse e então me encarasse também para começarmos um novo duelo,mas a menina chegou e os dois deceram para o milharal.Minha irmã foi junto,fiquei sentado olhando o cenário,alguns metros depois minha irmã olhou para mim e acenou eu,tratei de enxugar a lágrima para não deixar ela mais preocupada comigo,então era chegada a minha única chance...Olhei para todo o céu e tomado de um impulso forte ,corri para o quarto pegar minha trouxa que já estava pronta,botei o pé fora de casa e me joguei no mundo,sai pela porta da frente mesmo,tomando cuidado para não ser reconhecido ,haviam espiões por ali mas eu não sabiam quem são...Para variar!E o coração?Danado!Quase não deixava eu respirar,pela primeira vez eu estava desvendando a sequência daquela estrada de terra ,o primeiro sonho eu já estava realizando naquele momento,e eu não tinha muita rigorosidade ,bastava me afastar dalí rápido e ir para bem longe,só,o céu estava bem azul,oh calor!Dava passos de canguru desengonçados,ousados,aquilo estava me exitando até demais...Já estava morrendo de saudade da minha irmã e até da menininha mas no fundo era aquilo que ela tinha como sonho de consumo,e o céu ia manchando de laranja,aquele era o sinal dos primeiros perigos que me aguardava,com o cair da noite eu realmente me consagraria um macho"destemido e valente.Aquela força negativa tentava me puxar de volta ,se apossava do meu conciente tentando estabelecer o meu limite ,mas aí dei uma paradinha para saborar uma laranja com sabor de liberdade,destraidoquando olhei de lado o abultre já vinha correndo em minha direção de facão na mão,que laranja que nada...CONTINUA

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